quarta-feira, 6 de julho de 2016

Polícia fecha abrigos de idosos clandestinos em Paulista

Três funcionários foram presos em flagrante por portarem cartões de benefícios dos idosos, além de comprovantes de saque nas contas das vítimas

A Polícia Civil fechou dois abrigos de idosos clandestinos no município de Paulista, Região Metropolitana do Recife (RMR). Quinze idosos foram encontrados em situação precária e dois imóveis localizados nos bairros de Jardim Paulista e  Aurora. 

Três funcionários foram presos em flagrante por portarem cartões de benefícios dos idosos, além de comprovantes de saque nas contas das vítimas. "Vimos os comprovantes de saque e de acordo com nossa conta, são R$ 19 mil líquido de lucro", afirmou o delegado Gilmar Rodrigues, responsável pelas investigações.

Os suspeitos responderão por maus tratos, sequestro, cárcere privado, retenção de cartões, desobediência ao Ministério Público, furto de energia elétrica, além de crime contra a saúde pública devido aos alimentos vencidos e uso de medicamentos de uso proibido.

O delegado afirmou ainda que deverá responsabilizar criminalmente os familiares por abandono. A ação foi realizada na tarde desta terça-feira, após denúncia feita ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e acompanhada pelo Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) para o encaminhamento dos idosos para seus familiares.

Na primeira residência, dez idosos foram encontrados em uma casa com quatro dormitórios, onde foram detectadas as primeiras irregularidades como cartões de benefícios retidos, alimentos vencidos, maus tratos e furto de energia elétrica. 

No local três cuidadores de idosos foram presos em flagrante, além de uma cozinheira que foi liberada. De acordo com o presidente do Conselho Municipal do Idoso do Paulista (Comip), Aldo Araújo, três ex-funcionários da instituição, fechada há uma semana, foram os responsáveis pelos crimes, que teriam entrado em contato com os familiares e os levaram para as duas casas.

Segundo ele, o local não tem alvará de funcionamento, licença do Corpo de Bombeiros, Alvará de Vigilância Sanitária, CNPJ, registro no Conselho Municipal do Idoso, ente outros documentos exigidos. Araújo negou que o órgão tivesse conhecimento da existência dos espaços irregulares, lembrando que o conselho normalmente fiscaliza os estabelecimentos regularizados e precisa da denúncia da população para chegar a esses locais.  

Já o imóvel localizado no bairro da Aurora, não possuía acessibilidade, como barras de segurança no corredor e nos banheiros, ão tinha área de lazer, área de convivência, oferecida um dormitório irregular, com camas muito próximas, sem campanhia de alarme, sem separação por sexo, leitos no chão, cozinha inadequada, sem refrigeradores, alimento acondicionado de forma irregular e sem refrigeração. 

De acordo com a inspetora da Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde, Valéria Ferreira, os funcionários também não usavam fardamento e exerciam função de cuidador e manipulaam alimentos, o que não é permitido. Os medicamentos também eram guardados de forma inadequada, o que os descaracteriza e o espaço não possuía o cadastro de contrato com familiares nem alvará de localização ou funcionamento.

Fonte: Pernambuco.com/Foto: Jorge Macrino

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