sexta-feira, 8 de maio de 2015

População de Caruaru não aprova mudança de local da Feira da Sulanca

MPPE e CPRH constataram que parte do novo terreno foi de área desmatada

Os sulanqueiros de Caruaru, no Agreste, vão ter que esperar mais um pouco pela entrega do espaço para deverá ser transferida a Feira da Sulanca. Há dois anos, quando foi decidido pela mudança do local da feira, até os dias atuais foram inúmeros os impasses confrontados, no entanto, as obras para a construção do novo espaço ainda não podem ser inciadas. Desta vez porque o Ministério Público de Pernambuco através da Promotoria de Justiça de Caruaru e a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) constataram que parte da área havia sido desmatada e o terreno foi embargado. Para dar continuidade aos procedimentos para a construção do espaço, será necessário uma compensação do prejuízo ambiental.
Nesta semana, uma audiência pública sobre o terreno foi realizada em Caruaru, nela ficou definido que a compensação será através da construção de um parque municipal de 5,2 hectares que deverá ser construído às margens da BR-104 pelo ex-dono do terreno, outros 21 hectares, desta vez na zona rural, será destinado a uma unidade de preservação permanente do Governo do Estado. A Promotora de Meio Ambiente, Gilka Miranda, informou que a CPRH irá fiscalizar a compensação do desmatamento. “Vamos analisar duas coisas: a compensação ambiental e o processo de licenciamento do empreendimento no terreno”, pontuou.
O analista ambiental Thiago Costa, da CPRH, relatou que o terreno continua embargado até que seja finalizado o procedimento do ajuste de conduta. “A partir do fim desse procedimento pra compensação da supressão que houve, vai ser feito todo o processo de licenciamento para que seja feita a liberação da área", declarou. Segundo o biólogo, José Tarcísio Freitas, o desmatamento da área infere em inúmeros transtornos ambientais. “A fauna de uma região depende da flora, do seu habitat. Retirando isso, os animais perecem. Dos angicos, aroeiras, caruás, tradicionais do semi-árido dependem alguns anfíbios como o sapo cururu e algumas aves como a asa branca”, explicou.
Uma nova audiência deverá acontecer no dia 22 deste mês, onde será entregue o projeto arquitetônico, a planilha orçamentária, prade sobre a área onde será o parque e o Termo de Ajuste de Conduta sobre a construção do parque. A administração municipal afirmou que devido aos impasses que tem ocorrido não existe data para começar o projeto já que depende da autorização da CPRH para isso. “Nós estamos acompanhando o processo desde o início e vamos continuar no monitoramento para que tudo transcorra da melhor forma. Mas dependemos do aval da CPRH para darmos seguimento”, declarou o presidente da empresa de Urbanização e Planejamento de Caruaru, Aldo Arruda.
A rapidez para a mudança do local da feira é o que mais preocupa os feirantes. “A gente que depende da feira precisa que a transferência acontece o quanto antes. Estamos perdendo clientes porque no lugar atual não tem estrutura que comporte”, salientou o presidente da Associação dos Feirantes de Caruaru, Pedro Moura. Segundo a categoria, a mudança a necessária porque o espaço atual foi projetado para abrigar três mil box atualmente esse número ultrapassa os dez mil. “Não temos estacionamento, não tem banheiros, não tem segurança adequada. A prefeitura faz paliativos mas sabemos que a solução só virá com a transferência da feira”, ressaltou.
Saiba Mais: O novo local fica às margens da BR-104, próximo ao Polo Comercial e ao Hospital Mestre Vitalino, no sentido a Toritama. O empreendimento abrirá espaço para 10.776 boxes de alvenaria, cada um com 4,20 metros quadrados. Haverá 4.532 vagas para carros de passeio e vans. Para ônibus, serão destinadas 500. A nova configuração da Feira da Sulanca também oferecerá diversos serviços como lotéricas e caixas eletrônicos. Estão previstas ainda 144 lanchonetes, 144 quiosques de lanches e 22 restaurantes.
Fonte: FolhaPE/Foto: Divulgação/Reprod. de Internet

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