sexta-feira, 1 de maio de 2015

CULTURA: Reforma prevê transformar Eufrásio Barbosa em centro de cultura popular

Ordem para requalificar mercado, em Olinda, foi assinada nesta quinta-feira (30).

A ordem de serviço que autoriza o começo da obra de reforma do Mercado Eufrásio Barbosa, emOlinda, foi assinada nesta quinta-feira (30) pelo governador Paulo Câmara.  O projeto prevê que o mercado passe a ser um centro de cultura popular, voltado para o turismo. A cerimônia aconteceu no Palácio do Campo das Princesas, área central da capital, com a presença do prefeito de Olinda, Renildo Calheiros, entre outras autoridades. A reforma, orçada em quase R$ 13 milhões, é financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur).

O projeto, que já passou por licitação e tem ordem imediata de início, deve levar 12 meses para ser concluído. A ideia é que o local passe a ser o Centro de Arte Popular de Pernambuco, que vai contar com nove salas de exposição; setor de educação e pesquisa, com salas de aula, oficinas, sala multiuso e biblioteca virtual; um pequeno auditório, além de espaço para restaurantes e lojas.
A questão da reforma do mercado olindense vem se arrastando há anos. O Eufrásio Barbosa, que no século 17 era uma alfândega, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Na metade do século 20, virou fábrica de doce e, em 1990, foi reaberto como mercado público. Desde 2006, foi fechado para reformas estruturais e, atualmente, apenas artesãos trabalhavam no local – estes foram deslocados provisoriamente para o Mercado da Ribeira, segundo a prefeitura.
O teatro que existe no espaço também vai passar por reforma e readequação, explica o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros. "Ali tem um grande teatro que será restaurado e equipado como teatro, será construído próximo ao salão principal um museu onde ficará em exposição vários trabalhos dos artesãos da nossa cidade de Olinda, lá teremos oficinas para treinamento de novos talentos, restaurantes", detalha.
Para a Sociedade Olindense de Defesa da Cidade Alta (Sodeca), o projeto não é exatamente o que a entidade havia aprovado, mas a urgência da reforma é mais latente do que discutir o uso, acredita Edmilson Cordeiro, coordenador de planejamento da Sodeca. "O prédio tem que ser mesmo reformado. Antes de reabrir, vamos pedir à prefeitura o plano de gestão e tentar voltar para a ideia de tentar retomar a função de mercado público. Nós demos uma trégua por causa do estado do prédio", diz.
O prefeito de Olinda admite que alguns pontos tiveram de fato de ser excluídos do projeto. "O projeto ficou mais voltado para o turismo, mas várias das sugestões têm espaço dentro do projeto. Isso precisou passar pelo crivo do Banco Mundial, que é quem avalia os projetos que estão sendo inseridos no Prodetur. Ele só aceita projetos que tenham uma vinculação direta com o desenvolvimento do turismo. Nós fizemos um esforço de enquadrar o Mercado Eufrásio Barbosa dentro disso, porque a situação do prédio é muito ruim, ele precisa ser todo recuperado", aponta Calheiros, destacando que a prefeitura não teria como fazer a reforma com recursos próprios.
O secretário de Turismo de Pernambuco, Felipe Carreras, lembra que a obra é fruto de vários debates com a sociedade civil organizada, com os moradores do Sítio Histórico de Olinda, Ministério Público e Iphan. "Do total, 60% são oriundos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, 40% são de contrapartida do governo do estado. A gente acredita que o mercado será de fundamental importância na divulgação da nossa cultura, para o nosso artesanato, na preservação da história de Pernambuco", afirma.
O projeto traz ainda a proposta de uma passarela ligando o jardim do Mercado Eufrásio Barbosa ao pátio do Mosteiro de São Bento. "Esse projeto foi muito discutido. Tinha algumas coisas que a população gostaria de incorporar, mas não foi possível, como mais espaços de comercialização de alimentos. Não havia como contemplar isso, o Prodetur não aceitou", explica o secretário de Turismo de Olinda, Maurício Galvão.
Fonte: G1PE/Fotos: Luna Markman

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