sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Sobe para 12 o número de fugitivos da penitenciária Barreto Campelo

Após nova contagem dos detentos da Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá, no Grande Recife, a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) confirmou, na manhã de hoje, que foram 12 homens que escaparam da unidade por um túnel na madrugada de ontem. E não sete, como divulgado anteriormente. Até o momento, nenhum dos fugitivos foi capturado.

A Barreto Campelo é considerada pelo Estado como de segurança máxima. Mas a fuga dos 12 homens evidenciou sérias falhas no monitoramento dos detentos e levanta forte suspeita de facilitação por parte de agentes penitenciários ou policiais militares. Em entrevista ao JC, o secretário de Ressocialização, Humberto Inojosa, disse estar convencido que houve “conivência ou omissão”.

A penitenciária de Itamaracá abriga homens já condenados pela Justiça e no cumprimento da pena. Homicídio e latrocínio (roubo seguido de morte) estão entre os crimes cometidos pelos detentos que fugiram. Pelo menos cinco deles são reincidentes no delito, de acordo com o prontuário da Seres.

O túnel por onde o grupo fugiu tem de oito a dez metros de extensão e foi cavado a menos de 30 metros da entrada principal da unidade. Os homens começaram a cavar em um galpão onde funciona uma marcenaria. Do lado de fora, o túnel foi aberto bem ao lado da muralha. A guarita mais próxima fica a menos de 50 metros do buraco. No momento da fuga, não havia policial militar ou agente penitenciário no local. Outros quatro dos nove pontos de vigilância estavam descobertos.

Assim como todas as outras unidades do sistema prisional, a Barreto Campelo está superlotada. Construída para abrigar 1.140 homens, mantém encarcerados hoje 1.912. O número corresponde a 68% a mais do que a capacidade. Para a penitenciária, só são enviados os já condenados pela Justiça. Na manhã de ontem, a Seres havia identificado seis dos sete fugitivos. Eles cumpriam pena por homicídio e latrocínio, roubo seguido de morte.

A fuga na madrugada de ontem ocorreu menos de dois anos depois do último registro de evasão na Barreto Campelo. Em março de 2013, oito detentos escaparam por um buraco na muralha e sob uma das nove guaritas de segurança. À época, o Sindicato dos Agentes e Servidores no Sistema Penitenciário do Estado de Pernambuco (Sindasp-PE) divulgou um levantamento apontando que menos da metade dos pontos de policiamento das unidades prisionais funcionava ativamente. Nas 18 unidades que constavam no relatório, entre elas a Barreto Campelo, apenas 60 das 132 guaritas tinham guardas. O número representava 45% do total. A situação permanece igual.

Fonte: JConline/Foto: Reprodução Internet

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