segunda-feira, 7 de outubro de 2013

JANELAS DA FÉ - Sim à vida em todas as sua fases.

Na semana em que celebramos o “sim à vida”, tomemos consciência que a vida humana se faz presente desde o momento da fecundação dos gametas feminino e masculino até a morte física de uma pessoa. Porém celebrar a vida é respeitar o ser humano em todas as suas fases.

No Brasil como em outros países o programa pró-aborto, defende a descriminalização desta prática, afirmando ser este um assunto que não diz respeito às religiões, mas a saúde pública. Porém este é um assunto que provoca fortes reações e discussões acaloradas.

Há quem defenda o aborto, como também há quem o abomine. O cristianismo não mede esforços para celebrar a vida intrauterina, e isso é mais do que certo, pois os cristãos, bem como todo ser humano, são convidados por Deus a preservar a vida.  Em Êxodo 20,13 temos - “Não matarás”.

Deus não faz distinção entre vida em potencial e vida real, ou seja, entre uma criança ainda não nascida no ventre materno, em qualquer que seja o estágio, e um recém-nascido ou uma criança. A distinção quem faz são os homens, geralmente, sem sensibilidade apurada que visam não o bem comum, mas que são excludentes, egoístas e motivadas pelo lucro.

Como cristãos nós temos que tomar nossas decisões, sempre observando a vontade de Deus. Devemos agir de acordo com a ética cristã e optando sempre pela vida. Mesmo que para isso sejamos tachados de retrógrados, caretas etc.

Nada mais justo do que o respeito mútuo. Tudo não passa de uma visão ou leitura da realidade. Não seria uma solução, mas um paliativo se, para a briga entre abortistas e cristãos, ambos respeitassem suas opiniões. Quem é a favor do aborto viveria sua prática sem ferir quem é contra o aborto e vice-versa. Isso não seria uma fuga da realidade, mas amenizaria e muito as brigas. Acredito que o cristianismo ao invés de lutar a favor da criminalização do aborto ele deveria intensificar seu programa de conscientização em prol do sim à vida, mostrando ao mundo que embora você tenha o direito de abortar perante a lei isso não é lícito nem tão pouco ético segundo o direito natural e a lei divina. Que os abortistas permitam que os cristãos pensem diferente, se desejam optar pela vida desde a concepção que optem. O grande erro do mundo atual é a intolerância. Por não tolerar o diferente é que muitos conflitos são evocados. A opção quem faz é o homem, se ele escolherá a vida ou a morte isso cabe a sua consciência e não serão as religiões que o proibirão de matar ou não.

De que adianta lutar pela vida intrauterina se, constantemente, eu destruo a vida interior da pessoa humana. Qual morte seria pior? Aquela que impossibilita que seres humanos tenham o direito de também vir ao mundo extrauterino ou aquela que impossibilita que o ser humano, já nascido, tenha razões para viver e ser feliz? Talvez não percebamos, mas toda vez que desmotivamos alguém ou o impedimos de sonhar e prosseguir de ter esperanças, isso também é matar. E isso tem acontecido muito, tanto com quem vive dentro, quanto com quem vive fora da Igreja. “Não adianta ir à igreja rezar e fazer tudo errado”. As nossas ações é quem dirão se fomos ou não a favor da vida.  A opção da Igreja é clara: “tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência” (Dt 30,19).

Quando a “Igreja”, apenas valoriza e intensifica seu discurso em favor da vida do nascituro e não dá a mínima as necessidades humanas, em geral, tornando-se indiferente, excluindo ou descriminando qualquer pessoa pobre, rica, de classe média ou por mais pecadora que ela seja, não estaria ela fazendo distinção de valores entre a vida em sua fase adulta e a vida em sua fase uterina? A Igreja deve possuir um discurso e uma práxis que valorize a vida em todas as suas fases, porém ela não é leiga, ela sabe como deve portar-se, no entanto, apesar de seus mais de 2 mil anos de existência, ela ainda não aprendeu, por excelência, a viver o que prega e a pregar o que vive. Existe um enorme abismo entre a sua fala e a sua prática.

Aqui, afirmo não ter tido a intenção de colocar-me, nem induzir alguém, a ficar ou permanecer contra as leis da Igreja se, por ventura, alguém vier a pensar desta seguinte forma. Desde já retrato-me publicamente de todo pensamento, não intencional, subversivo a doutrina da Igreja.  

Por Ábdon Santana/Estudante de Teologia pela UNICAP

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