domingo, 22 de setembro de 2013

Brega pernambucano leva Festival de Cinema ao delírio

“Na sua boca eu viro fruta. Chupa, chupa. Chupa que é de uva.”
Esses versos, cantados pela atriz Maeve Jinkings no meio do filme Amor, plástico e barulho, foram responsáveis pelo momento mais aplaudido do Festival de Brasília até agora. O longa-metragem da cineasta pernambucana Renata Pinheiro faz justamente isso: Consegue transportar a cultura brega para um ambiente cultural de respeito, sem vulgarizações pejorativas.
O filme promove uma espécie de inclusão social cinematográfica. O recifense está acostumado a ouvir esses tipos de música tocados nas ruas, mas esse fenômeno é praticamente ignorado pela mídia ou pela produção artística hegemônica nacional. Amor, plástico e barulho, com sua estética de R$ 1,99 cheia de luxo e glamour, capta a sinceridade autoral presente nesse universo popular extremamente atual, impulsionado pela pirataria e pelo Youtube. O brega é levado a sério na tela e nas caixas de som do cinema.
A sessão estava lotada e havia um clima de torcida no ar. O simples anúncio do nome do filme fez a plateia aplaudir. Nos créditos finais, os aplausos surgiram mais de cinco vezes (graças a uma montagem que intercala cenas entre os letreiros). A sequência do Chupa que é de uva foi aplaudida em cena aberta.
Durante a tarde, a equipe e o elenco foram convidados para participarem de um programa de rádio AM brasiliense chamado Pão com Ovo. Para o produtor do filme, Sérgio Oliveira, isso é um sinal de que Amor, plástico e barulho tem potencial para todo tipo de público e não deve ficar restrito a circuitos de festivais e cinemas “de arte”.
Fonte: DP/Foto: Divulgação/Aroma Filmes

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