terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Com garrafa, tesoura e tela, alunos criam armadilha contra mosquito que transmite dengue, zika e chikungunya


Estudantes da Escola Manoel Ferreira da Costa Azevedo, na Zona Rural de Timbaúba, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, criaram uma arma contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya. Com garrafa plástica, tesoura e tela, os alunos, de 9 a 12 anos, produziram o 'mosquitoeiro', uma armadilha capaz de impedir que os bichos piquem as pessoas

Com a criatividade e materiais de uso rotineiro nas atividades escolares, as 18 crianças e adolescentes inventaram uma solução simples para enfrentar os responsáveis pela arboviroses. Essa ideia despertou a atenção da Secretaria de Saúde do município.

Um das alunas participantes do projeto, Michelle Andressa, de 10 anos, afirmou que qualquer criança é capaz de produzir o "mosquitoeiro". "Primeiro, você corta a garrafa, lixa a parte de dentro, para ficar crespo, e tira o lacre. Depois, coloca o tule (tecido) e prende com o lacre para ficar bem fixo", ensinou.

Bianca Vitória, que também faz parte do projeto, explicou como funciona a armadilha. de maneira didática, a garota mostrou que aprendeu bem a lição.

"O mosquito fêmea coloca os ovos na parte crespa da garrafa. Os ovos, depois de um tempo, eclodem e viram larva. A larva vira pupa e, depois, vira mosquito. Ele vai tentar sair pela parte do tule e pela parte que está lacrada com fita e não vai conseguir. Por falta de oxigênio e alimento, vai morrer e virar matéria orgânica", afirma.

A ideia de formar novos aliados para o combate ao mosquito foi da professora Nilde Araújo, uma das vítimas do Aedes aegypti. Ela teve chikungunya e sofreu com os sintomas da doença.

"O mosquito não está só em uma área específica, ele não delimita. O que eu queria é que eles [alunos] refletissem que a doença é muito séria e que eles pudessem passar as informações adiante", disse.

A lição não ficou só na aula de aula. O conhecimento foi repassado nas comunidades onde as crianças moram. Os estudantes ficaram encarregados de instalar as armadilhas e conscientizar vizinhos e parentes.

O resultado do projeto serviu também para sinalizar os locais onde há maior infestação do mosquito. Assim, os funcionários da Secretaria de Saúde do município passaram a agir nos sítios onde os "mosquitoeiros" prenderam um número maior dos animais.

Fonte: G1PE/Foto: TV Globo/Reproduação

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