segunda-feira, 23 de maio de 2016

PF procura empresário de Pernambuco foragido da Lava Jato

Comando da ação tentou cumprir mandados de busca e prisão no Recife. PF espera contato de Humberto Carrilho antes de enviar caso para Interpol

O comando da Operação Lava Jato, no Paraná, procura o empresário Humberto do Amaral Carrilho, um dos sócios do Grupo Dislub/ Equador, do ramo de combustíveis e morador do Recife. Ele é o alvo da 29ª etapa da ação e está com mandado de prisão em aberto. Em entrevista para detalhar as ações deflagradas nesta segunda-feira (23), em Curitiba, os responsáveis pela investigação informaram que Carrilho é considerado foragido. A PF aguarda o contato dos advogados antes de encaminhar o nome para a Interpol.

G1 tentou fazer contato com a defesa do empresário, mas não obteve retorno.

As ações da 29ª etapa da Lava Jato ocorreram no Rio de Janeiro e em Brasíia. Em Pernambuco, os agentes estiveram no apartamento de Carrilho, no bairro de Apipucos, na Zona Norte da capital. Lá, foram informados sobre a viagem do empresário, que está fora do Brasil. O imóvel encontra-se em reforma. Por isso, não foi possível cumprir também o mandado de busca e preensão.
Como não conseguiu cumpri os mandados de prisão e busca e apreensão, a PF em Pernambuco vai enviar as informações para o comando da operação. "Vamos encaminhar todos esses dados para Curitiba e a Polícia Federal lá vai determinar um prazo para ele se apresentar", explicou o superintendente da PF em Pernambuco, Marcello Cordeiro.

Carrilho aparece citado em ações na Justiça de Pernambuco. São casos que envolvem processos tributários.


Delação premiada
Em delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que Carrilho, dono da empresa Distribuidora Equador, o procurou, entre 2008 e 2009, com um projeto de construção de um Terminal de Derivados no Rio Amazonas, em Itacotiara.

De acordo com Costa, o projeto foi aceito, e a empresa foi contratada pela Petrobras, sem licitação, pois se tratava de exclusividade. Paulo Roberto Costa acrescentou que a intermediação dele “pesou” para a contratação ainda que a parte técnica do projeto não apresentasse desvio de condutas. O ex-diretor da Petrobras disse que em virtude desta intermediação, o dono da empresa pagou valores ao declarante até fevereiro de 2014.

A 29ª fase da Operação Lava Jato teve início na madrugada desta segunda em Brasília, no Recife e no Rio de Janeiro. Ao todo, foram expedidos seis mandados de busca e apreensão, um de prisão preventiva e dois mandados de prisão temporária. A ação foi batizada de "Repescagem".

29ª fase
A 29ª fase da Operação Lava Jato teve início na madrugada desta segunda em Brasília, no Recife e no Rio de Janeiro. Ao todo, foram expedidos seis mandados de busca e apreensão, um de prisão preventiva e dois mandados de prisão temporária. A ação foi batizada de "Repescagem".

.O nome é uma referência a um dos presos, que tem ligação com o processo deo Mensalão. O ex-assessor parlamentar João Claudio Genu, preso nesta segunda-feira (23), movimentou R$ 7 milhões, sem justificativa de origem lícita, entre 2005 e 2013. De acordo com a PF, há indícios de que o dinheiro tenha saído do esquema de corrupção e desvio de dinheiro descoberto na Petrobras.
Genu foi preso com a deflagração da 29ª fase da Operação Lava Jato em um hospital, em Brasília. O ex-assessor não estava hospitalizado, mas acompanhando outra pessoa. Ao todo, foram expedidos três mandados de prisão e seis de busca e apreensão.
Genu assessorou o ex-deputado federal José Janene (PP-PR), morto em 2010. Ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão do PT em 2012. Após recurso, em março de 2014, Genu foi absolvido do crime de lavagem de dinheiro. Ele também tinha sido denunciado por corrupção passiva, mas a pena para o crime prescreveu.
28ª fase
A etapa anterior anterior da Lava Jato, batizada de "Vitória de Pirro", foi deflagrada no dia 12 de abril. A investigação focou na cobrança de propinas para evitar convocação de empreiteiros em comissões parlamentares de inquérito sobre a Petrobras em 2014 e 2015.
Fonte: G1PE/Foto: Aldo Carneiro

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