Evento apresenta a estreia de Alceu Valença no cinema com "A Luneta do Tempo"
"Pela luneta do tempo eu serei ressuscitado", entoa no cordel o
cangaceiro Lampião. O personagem histórico - e folclórico - volta às
telas nas mãos do músico pernambucano Alceu Valença, que dirige seu
primeiro filme. "A Luneta do Tempo", rodado em 2009, é um dos oito
longas nacionais que disputam o prêmio principal no Festival de Cinema
de Gramado.
O evento começa nesta sexta-feira (8) na cidade da serra gaúcha, e a produção de Alceu Valença está prevista para ser exibida na próxima quarta-feira (13) dentro da mostra competitiva de longas brasileiros.
No filme de Valença, Irandhir Santos ("Tatuagem") interpreta o cangaceiro Lampião, e Hermila Guedes ("O Céu de Suely") faz seu par, Maria Bonita. No longa, que traz elementos de circo, forró e literatura de cordel, o próprio músico faz uma ponta, vivendo o palhaço Véio Quiabo.
Em meio a diretores veteranos como Domingos Oliveira ("Infância"), Tabajara Ruas ("Os Senhores da Guerra") e Helvécio Ratton ("O Segredo dos Diamantes"), Valença é um dos dois nomes já conhecidos em outras áreas que se arriscam pela primeira vez na direção de longas-metragens.
O outro representante pernambucano dentro da programação do festival é "História Natural", de Júlio Cavani. O filme, que será apresentado neste domingo, integra a mostra competitiva de curtas brasileiros. Com duração de 12 minutos, a história é sobre um homem que encontra um misterioso objeto orgânico no alto de uma árvore.
Um dos destaques do Festival de Cinema de Gramado é a presença do ator Caco Ciocler como diretor, no documentário "Esse Viver Ninguém me Tira". O longa reconstitui a trajetória da segunda mulher do escritor Guimarães Rosa, Aracy (19082011), que ajudou judeus a migrarem para o Brasil na época do nazismo. "Apesar de ser judeu, eu não sabia nada sobre ela quando fui convidado para o projeto", afirma Ciocler. "Fiquei fascinado pela história dela, que salvou tanta gente, mas sempre foi discreta, ficou à sombra do marido famoso."
Na década de 1930, trabalhando no consulado brasileiro em Hamburgo, Aracy concedeu vistos para que dezenas de famílias de judeus deixassem a Alemanha. O documentário tenta reconstituir como isso foi possível, tendo por base depoimentos de familiares e conhecidos de Aracy.
A mostra, que vai até o próximo dia 16, abre com a exibição de "Isolados", de Tomás Portella, suspense que conta com a última participação no cinema de José Wilker, ex-curador do festival.
Premiação
Este é o primeiro ano em que o Festival de Gramado concede prêmios em dinheiro aos competidores nas mostras de longas nacionais, estrangeiros e curtas-metragens. No total, serão distribuídos cerca de R$ 275 mil.
Fonte: FolhaPE/Foto: Reprodução
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