terça-feira, 17 de junho de 2014

Colegiado responsável pela releitura do Novo Recife emite nota sobre reintegração de posse

As entidades da sociedade civil envolvidas na negociação da releitura do Projeto Novo Recife, após uma terça-feira de confrontos entre ativistas e policiais militares durante o cumprimento do mandado de reintegração de posse do Cais José Estelita, na região central do Recife, emitiram nota oficial sobre a ação.

O documento foi assinado pela Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Pernambuco, Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco, Mestrado em Desenvolvimento Urbano da Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Católica de Pernambuco, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco e Observatório do Recife, por intermédio de seus legítimos representantes.


Os integrantes do colegiado instaurado - e presidido pelo prefeito do Recife, Geraldo Julio - para contribuir com a mediação do conflito entre o Consórcio Novo Recife e o Movimento Ocupe Estelita disseram terem sido surpreendidos com os acontecimentos da manhã desta terça com a "reintegração coercitiva da posse do imóvel" um dia após a rodada de negociação ter deliberado a definição de procedimentos para revisão do projeto.

No documento, o grupo informa que "a principal causa do litígio instaurado entre as partes diz respeito ao evidente vazio legislativo existente no Município do Recife, quanto ao disciplinamento eficaz e moderno do uso e ocupação do espaço urbano, notadamente no que concerne à ausência de um Plano Urbanístico para nossa cidade, com a regulamentação da exigência do Estudo de Impacto de Vizinhança dentre outros mecanismos de disciplinamento das intervenções do mercado imobiliário de forma integrada em nosso território".

E complementa. "A ausência de leis e instrumentos mais eficazes para consecução de uma política de desenvolvimento urbano é agravada por um claro desmantelamento, ao longo das últimas décadas, da estrutura administrativa da prefeitura no seu papel de planejamento urbano; Contudo, compreendemos que o respeito às decisões judiciais é um pressuposto essencial do Estado Democrático de Direito."

Na nota oficial, as entidades dizem reconhecer a legitimidade política da atuação do Movimento Ocupe Estelita, que congrega indivíduos de diversos segmentos sociais, unidos no propósito de discutir e tencionar a ocupação sustentável dos espaços urbanos da cidade. O grupo se coloca contrário à tentativa de criminalização da conduta dos integrantes do movimento. 

"Repudiamos, ainda, os excessos e uso indiscriminado da violência no cumprimento do mandado judicial de reintegração de posse, o que deve ser rigorosamente apurado pelas instâncias próprias da Secretaria de Defesa Social e Poder Judiciário", conclui.


Fonte: pernambuco.com/Foto: Mídia Ninja/Reprodução

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