O vereador Arlindo Siqueira (PSL) diz que cheira a "coisa
errada" a desapropriação do terreno onde funcionou por quase 40 anos o
quartel do Batalhão da Polícia do Exército, no Bairro Novo. Segundo ele, a área
avaliada em cerca de R$ 40 milhões, foi entregue ao grupo norte-americano
Walmart (Bompreço) de graça. A outra parte do terreno ficou com um grupo que
está construindo um shopping.
Segundo Arlindo, a prefeitura alienou (transferiu a propriedade para
outro interessado) em troca, apenas, de uma obra de prolongamento da Rua
Professor Cândido Pessoa, o alargamento das viaslocais e a implantação de um
semáforo (que beneficiam o próprio supermercado/shopping). A transação obscura,
de acordo com o vereador, aconteceu na administração da ex-prefeita e atual
deputada federal Luciana Santos, do PCdoB.
"Um município carente de recursos não pode se dar ao luxo de doar
um terreno de R$ 40 milhões e receber em troca um serviço que não chega sequer
à casa de R$ 1 milhão - e que não beneficia a população em nada,. a não ser ao
próprio estabelecimento. A ex-prefeita e a administração municipal do PCdoB vão
ter que se explicar. Isso cheira a maracutaia, coisa suja, podre", diz o
vereador.
Na área onde funcionou o antigo quartel da PE poderia ter sido
construído um grande parque, equipamento público que a cidade não tem; uma
unidade de saúde ou escola. "Infelizmente, a ex-prefeita resolveu
presentear com o terreno um grupo empresarial", concluiu o vereador.
O
Parlamentar, diante das possíveis irregularidades no referido processo de
doação do citado terreno, formalizou, no último dia 15 em sessão da Câmara
Municipal, um pedido de informações. Quer conhecer os detalhes dessa
"transação" que não ficou clara. Que saber quem participou da
'montagem' do acordo (prefeita, secretários e diretores da prefeitura) e como
se comportou a Câmara Municipal naquela época (2005), dando apoio e aprovando a
doação.
O passo
seguinte, em caso de constatação de irregularidades, será solicitar a
intervenção do Ministério Público e da Justiça para a devolução do terreno ao
município e/ou o pagamento do mesmo pelo valor real, hoje estimado entre R$ 40
e R$ 45 milhões, bem como pedir a punição dos responsáveis por improbidade
administrativa.
Por Alexandre Acioli /Foto: Google Maps
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