Foliões reclamam dos altos preços cobrados no Carnaval do Recife Antigo

De uma simples garrafa de água mineral a alimentos, passando por serviços, como a utilização de banheiros particulares, os valores cobrados são a maior queixa

A "inflação do Carnaval" já aportou no bairro do Recife e parece que não deve diminuir tão cedo. Sobre isso, a reclamação entre os foliões parece generalizada: uma garrafa de água mineral que chega a custar R$ 4 tira a alegria de qualquer um.

Aproveitando a folia desde a sexta-feira (28), a dona de casa Sílvia Prado separou um valor para gastar em cada dia. No começo, houve folga no orçamento. Agora, o bolso reclama. "Eu cheguei a comprar água por R$ 1 e refrigerante por R$ 2, no Galo. Mas só está aumentando. Hoje me cobraram R$ 3 e R$ 4. Quem vem com a família inteira sofre, porque gasta o dinheiro todo numa noite só", afirma.

Se as bebidas já subiram, a comida não fica atrás. Para quem vai de cerveja e não dispensa o tiragosto, caldinhos estão sendo vendidos a R$ 5, num copo de 200 ml. Se preferir o espetinho, o de frango já é encontrado por R$ 5. Acarajé chega aos R$ 10, se servido na embalagem de plástico. "Se for no prato, sai por R$ 2 a mais", conta dona Maria Santos, que vende a iguaria. Já a tapioca varia conforme o recheio. Em alguns casos, podendo chegar aos R$ 8. "O preço é esse mesmo e ninguém vai deixar de comprar se aumentar", afirma uma vendedora que não quis se identificar.

Já a macaxeira custa entre R$ 8 e R$ 12, dependendo do tamanho do prato e de que tipo de carne completar a refeição. Quem aproveita a folia desde cedo faz deste prato o seu jantar. É o caso do auxiliar de serviços gerais Pedro Oliveira que, junto com dois amigos, dividiu duas porções da comida. "Pagamos R$ 24 por dois pratos e dividimos para três. Deu para comer direitinho, mas seria melhor se eles não cobrassem tão caro, porque aí compraríamos um para cada. Não entendo porque cobrar tanto. Se eu comprar um quilo de macaxeira não gasto R$ 5", disse.

Até o uso do banheiro tem sido cobrado. Os foliões que preferirem evitar os químicos, oferecidos pela prefeitura, devem desembolsar cerca de R$ 2 para utilizar o espaço em bares e restaurantes.

Fonte: FolhaPE/Foto: Reprodução/Internet