quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

CUT-PE alerta PT e descarta apoio a Armando Monteiro

Central cobra participação nas articulações e defende candidatura petista ao governo, se contrapondo ao senador do PTB

 

Filiado ao PT, o presidente da Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE), Carlos Veras, cobrou ontem da direção da legenda participação no diálogo que está sendo feito em torno do posicionamento que o partido tomará na eleição para o governo do Estado. O dirigente sindicalista ainda demonstrou resistência em apoiar a candidatura do senador Armando Monteiro Neto (PTB), como deseja a cúpula nacional do PT. Lideranças locais ainda cogitam lançar nome próprio. A decisão deve ser tomada até março.

“A Central defende os interesses dos trabalhadores, nada contra o senador, mas avaliamos que Armando Monteiro tem uma trajetória ligada ao empresariado e aos grandes usineiros. Nossa perspectiva é de que seja construída uma candidatura voltada também para as reivindicações dos trabalhadores”, defendeu Carlos Veras, em nota enviada pela assessoria de imprensa da CUT.

Ele argumentou que, quando o parlamentar presidiu a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), “atendeu somente aos interesses do segmento empresarial” e criticou a defesa feita pelo petebista do projeto de lei 4330/2004 – em trâmite no Congresso –, que, no entendimento do presidente da CUT-PE, prevê a terceirização “sem limites” das relações de trabalho.

Em conversa com a reportagem, Carlos Veras disse que só apoiará o senador se perceber comprometimento dele com as causas dos trabalhadores e avaliou que o PT tem quadros competitivos, como deputados federais e estaduais, para disputar o Palácio das Princesas.

Carlos Veras apontou falta de diálogo da direção do PT com a Central e os mais de 200 sindicatos ligados à CUT, ao reclamar que tem tido conhecimento do debate travado no PT por meio da imprensa.

A cobrança aconteceu dois dias após o ato em comemoração dos 34 anos da sigla, que contou com a presença de Carlos Veras – além de outros dirigentes da CUT –, da direção estadual do PT e do senador Armando Monteiro.

O senador buscou estreitar a relação com a militância petista no ato, mas já encontrou resistência da base. Um panfleto distribuído pela tendência Alternativa Socialista Democrática defendia o lançamento de um nome próprio para fazer a defesa do legado do PT. No discurso, Armando Monteiro exaltou sua contribuição na eleição e no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – maior liderança do PT – ao ajudá-lo a se aproximar do segmento empresarial.

O segundo suplente de Armando Monteiro – indicado na época pelo governador Eduardo Campos (PSB) –, José Rodrigues é ex-presidente da Fetape, também ligada aos petistas.

Por meio da sua assessoria, Armando Monteiro informou que não iria comentar as insatisfações do dirigente por se tratar de questões internas do PT.

Fonte: JCOnline/Foto: Reprodução de Internet

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