Protesto contra a Copa e rolezinho no Rio Mar

As mais de mil pessoas que confirmaram presença no rolezinho não compareceram ao evento e Black Blocs realizaram passeata do Parque 13 de Maio até o Shopping

Um grupo com aproximadamente 60 pessoas, muitos mascarados,  realizou um protesto pacífico na tarde deste sábado (25) no Shopping Rio Mar, no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife. A maioria das lojas do centro de compras baixou suas portas enquanto os manifestantes gritavam no segundo andar palavras de ordem: "Nem Copa, nem eleição, queremos dinheiro para a saúde e educação", entoavam. Eles ainda colocaram uma faixa dizendo "Não vai ter Copa". Neste domingo (26) está previsto um outro rolezinho, desta vez, no Shopping Recife, em Boa Viagem.

A manifestação foi organizada pelo grupo Black Blocs da Frente Independente Popular (FIP) que protestam pela não realização da Copa do Mundo no Brasil. Os manifestantes saíram por volta das 17h do Parque 13 de Maio e seguiram para o shopping, passando antes pela Avenida Conde da Boa Vista e Agamenon Magalhães, onde fizeram uma pausa estratégica em frente ao relógio que faz a contagem regressiva para o evento.

"A manifestação não teve um rumo pré-estabelecido, nos reunimos no 13 de Maio e fizemos a passeata por essas avenidas para poder dar visibilidade ao nosso movimento. Veio pouca gente mas isso não importa. A quantidade de pessoas que confirmaram o evento no Facebook mostra que cada vez mais gente está se envolvendo nessas causa sociais", disse Peter José, 26 anos, um dos organizadores do evento.

Logo no início, ainda na praça do Derby, um senhora se exaltou e chegou a brigar com alguns dos manifestantes. "O protesto é justo mas não é justo eles tirarem meu direito de ir e vir", disse Cecilia Amélia Negreiros Fernandes, 58 anos, funcionária da Prefeitura do Recife. Os manifestantes a responderam chamando-a de "alienada", e que estavam protestando a favor da saúde e da educação, enquanto ela só pensava em si. 

Na frente do Relógio da Copa, um dos manifestante tentou arremessar um botijão de gás pequeno em um policial militar. "Precisei ir lá conversar com eles porque nós estamos aqui trabalhando para garantir a segurança deles, mas é preciso respeito", explicou o Capitão João Barros do 12º Batalhão da PM. O trânsito na Agamenon Magalhães, no sentido Centro - Boa Viagem, ficou bastante complicado e muitos motoristas saíram dos carros, e passageiros do transporte público decidiram descer e ir a pé. "Passei o dia inteiro no hospital com a minha irmã e estou revoltada porque paguei a passagem do ônibus e agora tive que vir andando. Isso é um absurdo porque as pessoas que eles estão prejudicando são trabalhadores que já pagam caro por muitas coisas todos os dias. Se tem alguém que eles deveriam prejudicar é o governo", disse Márcia Maria José da Silva, 45, artesã.

E o último instante do protesto foi no Shopping Rio Mar, que apesar de terem passado pouco tempo no estabelecimento, cerca de 15 minutos, assustaram os consumidores e fizeram os comerciantes baixares as portas. Ninguém quis falar com a reportagem mas o sentimento de todos era de um dia de prejuízo.

Rolezinho

Onze pessoas, dois cartazes e um megafone. Foi assim o rolezinho no Shopping Rio Mar que previa mais de 1.700 pessoas. Com alguns cartazes com a palavra "Racismo", os manifestantes pediam por direitos iguais para os negros. Poucas lojas fecharam as portas.

Fonte: pernambuco.com/Foto: Paulo Paiva