O
lado triste da busca pela felicidade
Aqui
e acolá nos deparamos com a história de pessoas vítimas das ilusões obscuras
que a vida oferece, muitas chegam a destruir-se, são julgadas e excluídas, mas
estão obstinadas, acertando ou errando a ser feliz nem que para isso a única
solução seja anular sua própria existência enquanto pessoa.
Antigamente
quem se suicidava segundo uma visão da Igreja, não tinha direito a enterro,
missa de 7° dia e perdão. Estava condenado ao inferno. Não se levava em conta
os motivos, internos e externos, que levaram a pessoa a cometer o suicídio. Ainda
bem que esse tempo e essa visão ficaram para trás. O passado quando lembrado e
evocado serve para nos mostrar como não cometer erros no presente e futuro.
Será
mesmo que a única forma de destruir a vida seria, tão somente, o suicídio? Até
mesmo a falta de amor próprio é uma forma de morte e de destruição. Mas por que
essa falta de amor acontece? Na maioria das vezes quem destrói a própria vida
está tentando fugir de uma realidade que sufoca, oprime e atormenta.
Fragilizada a pessoa prefere ter que morrer a enfrentar problemas difíceis de
resolverem. O psicológico abatido é capaz de deprimir alguém a ponto de
fragilizar e tornar qualquer pessoa vulnerável a tudo.
O
intuito não é justificar o suicida ou quem, de alguma forma, destrói sua
própria vida, mas considerar que muitos fatores podem contribuir para a
tragédia humana. A nossa intenção é analisar a situação e encará-la de forma
madura e consciente. O indivíduo já se “destruiu”, a única coisa que resta-lhe
é sua memória e dignidade. Independentemente, do que uma pessoa faça de errado
todo mundo tem direito ao respeito e a boa fama principalmente se esse foi
induzido ao erro.
Os
usuários de drogas, lícitas ou não, também são exemplo de um típico cano de
escape. Embora destruam, aos poucos, sua vida a intenção por trás de suas
atitudes é, por pequenos instantes, ser feliz por mais ilusória e alucinógena
que seja essa felicidade. Anseiam pelo prazer embora este caminho não conceda
alegria ou prazer verdadeiro.
Ninguém
ama ou busca a própria destruição. Erra tentando acertar, procurando ser feliz
porque o ser humano foi feito para o amor. O erro está em acreditar que todos
os caminhos podem levar a felicidade e em crer que toda ajuda oferecida é
intencionalmente boa. Deve-se avaliar, prudentemente, o caminho traçado para a
vida. Analisar toda ajuda antes mesmo de aceitá-la para não enveredar por um
caminho sem volta ou atolar em algum buraco.
O
mundo é bom, mas ainda existem nele falsas alegrias e pessoas más que podem
fazer muito mal. Porém, não devemos deixar de viver apesar dos perigos do
dia-a-dia. A vida é bela. Ame-se e viva em paz consigo. Quando a dor surgir
pense mil vezes antes de causar algum dano a si mesmo. E se esse mal acontecer,
independente do que seja, acredite que só Deus tem o direito de julgar: “No fim
de nossas vidas seremos julgados pelo amor” (São João da Cruz). Por menor que
tenha sido nosso amor, Deus há de levá-lo em consideração. Tenhamos certeza disso:
“Não precisamos do lado triste da busca pela felicidade se temos como chegar
até lá pelo lado bom e justo”.
Por Ábdon Santana
Estudante de Teologia da UNICAP
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