quarta-feira, 6 de novembro de 2013

JANELAS DA FÉ

O lado triste da busca pela felicidade

Aqui e acolá nos deparamos com a história de pessoas vítimas das ilusões obscuras que a vida oferece, muitas chegam a destruir-se, são julgadas e excluídas, mas estão obstinadas, acertando ou errando a ser feliz nem que para isso a única solução seja anular sua própria existência enquanto pessoa.
Antigamente quem se suicidava segundo uma visão da Igreja, não tinha direito a enterro, missa de 7° dia e perdão. Estava condenado ao inferno. Não se levava em conta os motivos, internos e externos, que levaram a pessoa a cometer o suicídio. Ainda bem que esse tempo e essa visão ficaram para trás. O passado quando lembrado e evocado serve para nos mostrar como não cometer erros no presente e futuro.
Será mesmo que a única forma de destruir a vida seria, tão somente, o suicídio? Até mesmo a falta de amor próprio é uma forma de morte e de destruição. Mas por que essa falta de amor acontece? Na maioria das vezes quem destrói a própria vida está tentando fugir de uma realidade que sufoca, oprime e atormenta. Fragilizada a pessoa prefere ter que morrer a enfrentar problemas difíceis de resolverem. O psicológico abatido é capaz de deprimir alguém a ponto de fragilizar e tornar qualquer pessoa vulnerável a tudo.
O intuito não é justificar o suicida ou quem, de alguma forma, destrói sua própria vida, mas considerar que muitos fatores podem contribuir para a tragédia humana. A nossa intenção é analisar a situação e encará-la de forma madura e consciente. O indivíduo já se “destruiu”, a única coisa que resta-lhe é sua memória e dignidade. Independentemente, do que uma pessoa faça de errado todo mundo tem direito ao respeito e a boa fama principalmente se esse foi induzido ao erro.
Os usuários de drogas, lícitas ou não, também são exemplo de um típico cano de escape. Embora destruam, aos poucos, sua vida a intenção por trás de suas atitudes é, por pequenos instantes, ser feliz por mais ilusória e alucinógena que seja essa felicidade. Anseiam pelo prazer embora este caminho não conceda alegria ou prazer verdadeiro.
Ninguém ama ou busca a própria destruição. Erra tentando acertar, procurando ser feliz porque o ser humano foi feito para o amor. O erro está em acreditar que todos os caminhos podem levar a felicidade e em crer que toda ajuda oferecida é intencionalmente boa. Deve-se avaliar, prudentemente, o caminho traçado para a vida. Analisar toda ajuda antes mesmo de aceitá-la para não enveredar por um caminho sem volta ou atolar em algum buraco.
O mundo é bom, mas ainda existem nele falsas alegrias e pessoas más que podem fazer muito mal. Porém, não devemos deixar de viver apesar dos perigos do dia-a-dia. A vida é bela. Ame-se e viva em paz consigo. Quando a dor surgir pense mil vezes antes de causar algum dano a si mesmo. E se esse mal acontecer, independente do que seja, acredite que só Deus tem o direito de julgar: “No fim de nossas vidas seremos julgados pelo amor” (São João da Cruz). Por menor que tenha sido nosso amor, Deus há de levá-lo em consideração. Tenhamos certeza disso: “Não precisamos do lado triste da busca pela felicidade se temos como chegar até lá pelo lado bom e justo”. 

Por Ábdon Santana
Estudante de Teologia da UNICAP

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