É crescente no PDT nacional um movimento para que a legenda deixe o governo Dilma Rousseff (PT) e passe a apoiar a campanha presidencial do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), junto com a neossocialista Marina Silva, idealizadora do Rede Sustentabilidade. Seria o primeiro partido da base aliada do governo federal a abandonar o projeto de reeleição da presidente Dilma e embarcar na aliação socialista. Os senadores Cristovam Buarque (DF) e Pedro Taques (MT) e o deputado federal Vieira da Cunha (RS) integram o time que tenta convencer o presidente nacional Carlos Lupi a sair da base do PT. Na outra ponta do “cabo de guerra” estão o próprio Lupi, alguns deputados federais e a militância.
A legenda fará uma reunião ampliada no dia 31 deste mês, em Brasília. O objetivo é discutir o cenário nacional, a eleição presidencial, além do processo das migrações e das potenciais candidaturas do PDT ao governo nos estados. A sigla tem desde 2007 o Ministério do Trabalho, dirigido atualmente por Manoel Dias. “Vamos reunir a executiva, deputados, senadores e presidentes regionais de todos os estados. Existe uma parte que defende candidatura própria e outra que deseja apoiar o projeto presidencial do PSB”, informou Vieira da Cunha. Por telefone, ele avaliou que o PDT tem identidade política e programática com o que defende Eduardo Campos. “Temos uma aliança histórica e essa parceria (presidencial) seria construtiva para o país. Acredito que a decisão do partido sairá no final do ano”, explicou.
O senador Cristovam Buarque se mostrou simpático à união PDT/PSB para a disputa presidencial. Ele contou que logo após o anúncio oficial da parceria socialista com Marina Silva, o próprio governador lhe telefonou e afirmou que não tinha entrado em contato antes porque estava muito atarefado. “Eduardo me disse que seu projeto era para valer. Eu simpatizo com esse projeto”, revelou Buarque.
Segundo o senador, o PDT não está decidido sobre qual destino tomar. De acordo com ele, há três decisões que estão sendo debatidas. Uma delas é se o partido terá candidatura própria, a segunda é se vai de afastar do PT e a última se apoiará Eduardo”, afirmou o pedetista. Mas para ter o amplo apoio de Cristovam, o governador terá que responder a diversos questionamentos.
O pedetista quer saber qual a posição de Eduardo sobre federalizar a educação. “Ele aceita, tem outra proposta ou não se preocupa? E a reforma política? O que ele e Marina têm a apresentar?”, questionou. Outro ponto levantado pelo pedetista é sobre a questão ambiental e a inflação. “O problema ambiental não está na terra. Precisa ser focado pela indústria. Vamos ter uma indústria sustentável? Como controlar a inflação? E sobre a transferência de renda como o Bolsa Família? Como ele vai criar a porta de saída para isso?”, questionou. A reportagem procurou falar com os deputados federais Paulo Rubem Santiago e Wolney Queiroz, mas eles não retornaram as ligações.
Saiba mais
Partidos que estão se aproximando do PSB
PDT
Faz parte da base de sustentação do governo Dilma, inclusive com o Ministério do Trabalho, desde 2007. Porém, parte do partido defende o distanciamento com a presidente e aproximação com Eduardo Campos
PCdoB
Apesar da relação duradoura com o governo petista, a direção do PCdoB mantém diálogo aberto com o governador Eduardo Campos
PPS
O partido ainda não definiu sua posição para 2014, se irá lançar candidato próprio à Presidência da República (tentou a filiação do tucano José Serra) ou apoiará o nome do PSB ou PSDB
Solidariedade
O partido novato já definiu que vai se alinhar no campo da oposição. Por enquanto, estaria disposto a apoiar o tucano Aécio Neves ao Palácio do Planalto, mas não descarta uma aliança com o PSB de Eduardo Campos
Fonte: Diário de Pernambuco/Foto: Ag. Senado
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