“Seja
a mudança que você quer ver no mundo” (Dalai Lama).
Numa
abordagem, puramente, cristã não tem para onde correr: o maior exemplo a ser
observado é Jesus Cristo. Por mais que encontremos homens e mulheres que
marcaram a história, enquanto fiéis seguidores de uma denominada religião, suas
vidas não passam de uma configuração à vida de Cristo.
Nosso
pastor ou padre, enquanto guias espirituais deveriam ser outros “cristos” para
nós. Ultimamente, muitas pessoas têm se decepcionado com seus orientadores
espirituais devido à imensa falta do Cristo neles. Ao invés de encontrarem
líderes religiosos, pessoas verdadeiramente de Deus, encontram verdadeiros
carrascos sem iguais; encontram moralistas e inquisidores sem precedentes.
Ser
cristão é seguir a Cristo. É ao menos buscar aproximar-se daquilo que Cristo
foi para a vida das pessoas, e principalmente para aqueles que mais sofrem.
Segundo
dados do IBGE, o número de pessoas sem religião tem aumentado. Vale frisar que
existe uma grande diferença entre pessoas sem religião e ateísmo. O que não vem
ao caso. E por que esse número tem aumentado? Alguns dizem que a modernidade é
a grande vilã da história, que a falta de compromisso também tem contribuído.
Será mesmo? Ou será que é a falta de humanidade nos líderes de nossas Igrejas
ou grupos religiosos que têm feito isso?
Não
é de nosso interesse, instigar que mais pessoas deixem a religião pela falta de
coerência em seus pastores ou padres, mas diagnosticarmos o problema e poder
tratá-lo o mais depressa possível. Ninguém se cura de um câncer sem antes
descobri-lo e combatê-lo com veemência. Sim, aqui comparamos a falta de
humanidade em nossos religiosos a um câncer. Um mal pelo qual Jesus nunca
passou. Jesus nunca descriminou ninguém, porque era pecador, Ele, sem nem mesmo
saber o que “incriminava” aquele que o procurava, acolhia e respeitava sua
fragilidade humana. Somos humanos demais para compreender e alcançar os gestos
de Cristo, porém, nunca retardados o suficiente para pormos um basta àqueles
que nos oprimem.
A
religião em si contribui com a sociedade porque consegue formar pessoas
comprometidas com uma causa. Essa causa deve ser a de Cristo. O homem de hoje
já sofre bastante por não poder dar uma vida digna a sua família. Será justo
passar por tantas privações e ainda chegar à Igreja e encontrar um discurso que
só o limitará enquanto pessoa humana e não o ajudará a crescer na vida porque é
vazio, sem proposta e perspectiva de futuro? É preciso uma reforma já. Uma
reforma em nossa maneira de compreender o que é ser Igreja, em nosso jeito de
tratar as pessoas, em nossas pregações, etc.
O
homem necessita de Cristo e não de minhas críticas sem fundamentos. Necessita
de uma mão amiga que o ajude a levantar e não alguém que o atole, ainda mais,
na lama em que se encontra. As pessoas carecem que eu, enquanto chefe
espiritual as ajude a encontrar as soluções para seus problemas e não
lembrá-las a todo instante que elas são pecadoras, porque isso já é bastante
óbvio. A final de contas quem não é, que atire a primeira pedra. Jesus não nos
decepciona, o homem sim. Saibamos em quem depositamos a nossa confiança!
Ábdon Santana/ Estudante de Teologia da UNICAP
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