quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Janelas da Fé - Jesus ou os líderes religiosos?

“Seja a mudança que você quer ver no mundo” (Dalai Lama).

Numa abordagem, puramente, cristã não tem para onde correr: o maior exemplo a ser observado é Jesus Cristo. Por mais que encontremos homens e mulheres que marcaram a história, enquanto fiéis seguidores de uma denominada religião, suas vidas não passam de uma configuração à vida de Cristo.
Nosso pastor ou padre, enquanto guias espirituais deveriam ser outros “cristos” para nós. Ultimamente, muitas pessoas têm se decepcionado com seus orientadores espirituais devido à imensa falta do Cristo neles. Ao invés de encontrarem líderes religiosos, pessoas verdadeiramente de Deus, encontram verdadeiros carrascos sem iguais; encontram moralistas e inquisidores sem precedentes.
Ser cristão é seguir a Cristo. É ao menos buscar aproximar-se daquilo que Cristo foi para a vida das pessoas, e principalmente para aqueles que mais sofrem.
Segundo dados do IBGE, o número de pessoas sem religião tem aumentado. Vale frisar que existe uma grande diferença entre pessoas sem religião e ateísmo. O que não vem ao caso. E por que esse número tem aumentado? Alguns dizem que a modernidade é a grande vilã da história, que a falta de compromisso também tem contribuído. Será mesmo? Ou será que é a falta de humanidade nos líderes de nossas Igrejas ou grupos religiosos que têm feito isso?
Não é de nosso interesse, instigar que mais pessoas deixem a religião pela falta de coerência em seus pastores ou padres, mas diagnosticarmos o problema e poder tratá-lo o mais depressa possível. Ninguém se cura de um câncer sem antes descobri-lo e combatê-lo com veemência. Sim, aqui comparamos a falta de humanidade em nossos religiosos a um câncer. Um mal pelo qual Jesus nunca passou. Jesus nunca descriminou ninguém, porque era pecador, Ele, sem nem mesmo saber o que “incriminava” aquele que o procurava, acolhia e respeitava sua fragilidade humana. Somos humanos demais para compreender e alcançar os gestos de Cristo, porém, nunca retardados o suficiente para pormos um basta àqueles que nos oprimem.
A religião em si contribui com a sociedade porque consegue formar pessoas comprometidas com uma causa. Essa causa deve ser a de Cristo. O homem de hoje já sofre bastante por não poder dar uma vida digna a sua família. Será justo passar por tantas privações e ainda chegar à Igreja e encontrar um discurso que só o limitará enquanto pessoa humana e não o ajudará a crescer na vida porque é vazio, sem proposta e perspectiva de futuro? É preciso uma reforma já. Uma reforma em nossa maneira de compreender o que é ser Igreja, em nosso jeito de tratar as pessoas, em nossas pregações, etc.
O homem necessita de Cristo e não de minhas críticas sem fundamentos. Necessita de uma mão amiga que o ajude a levantar e não alguém que o atole, ainda mais, na lama em que se encontra. As pessoas carecem que eu, enquanto chefe espiritual as ajude a encontrar as soluções para seus problemas e não lembrá-las a todo instante que elas são pecadoras, porque isso já é bastante óbvio. A final de contas quem não é, que atire a primeira pedra. Jesus não nos decepciona, o homem sim. Saibamos em quem depositamos a nossa confiança!

Ábdon Santana/ Estudante de Teologia da UNICAP

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