sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Para ex-ministro Joaquim Barbosa, há “relação de promiscuidade” entre políticos e empresas

Em palestra no Recife nesta quinta-feira (12), o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa analisou o cenário político atual do Brasil, criticou a “guerra de foice” entre grupos políticos e a omissão da presidência. As declarações de Barbosa, famoso pelo julgamento do processo do mensalão envolvendo o PT,  foram dadas em palestra da 16° Convenção Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Conescap), realizada no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife.
O ex-ministro elencou razões para a atual crise que assola o país, entre elas, a desmoralização de instituições partidárias. Para ele, o interesse da maioria dos políticos é apenas financeiro. “Nós assistimos, nos últimos tempos, de maneira quase que cotidiana, a uma guerra de foice entre grupos políticos, que, a meu ver, deixa claro que realmente é prioridade o chamado estamento político do país. O que interessa para boa parte desse estamento político é uma única coisa: dinheiro”, disse.
Ele acrescentou que os partidos políticos têm à disposição “a bagatela de quase R$ 1 bilhão, por ano, do fundo partidário”. “O fato é que esses partidos não estão satisfeitos com todo esse
dinheiro e querem mais. Eles querem também o dinheiro das empresas para dar continuidade a essa relação de promiscuidade que existe entre certos políticos e certas empresas. Não são todas, é claro”, ressaltou.

Outro aspecto levantado por Barbosa foi a crise na presidência. “Em política, não pode haver vácuo. Quando há um vácuo, o espaço é ocupado por oportunistas desprovidos das qualidades necessárias para a condução de um país democrático”, disparou.
Ele ressaltou as virtudes desejáveis para quem ocupa a presidência e as consequências decorridas da ausência delas. “Espera-se também muita liderança, vontade e capacidade clara para conduzir os destinos da nação. Cabe ao presidente trabalhar arduamente pela correta aplicação das leis em todo o território nacional. Mas, quando ao presidente faltam essas qualidades, o sistema meio que entra em parafuso”, pontuou.
Fonte: BlogdeJamildo/Por Anna Tiago/Foto: Alexandre Gondim

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