Após nova contagem dos detentos da Penitenciária Professor Barreto
Campelo, em Itamaracá, no Grande Recife, a Secretaria Executiva de
Ressocialização (Seres) confirmou, na manhã de hoje, que foram 12 homens
que escaparam da unidade por um túnel na madrugada de ontem. E não
sete, como divulgado anteriormente. Até o momento, nenhum dos fugitivos
foi capturado.
A Barreto Campelo é considerada pelo Estado como de segurança máxima.
Mas a fuga dos 12 homens evidenciou sérias falhas no monitoramento dos
detentos e levanta forte suspeita de facilitação por parte de agentes
penitenciários ou policiais militares. Em entrevista ao JC, o secretário de Ressocialização, Humberto Inojosa, disse estar convencido que houve “conivência ou omissão”.
A penitenciária de Itamaracá abriga homens já condenados pela Justiça
e no cumprimento da pena. Homicídio e latrocínio (roubo seguido de
morte) estão entre os crimes cometidos pelos detentos que fugiram. Pelo
menos cinco deles são reincidentes no delito, de acordo com o prontuário
da Seres.
O túnel por onde o grupo fugiu tem de oito a dez metros de extensão e
foi cavado a menos de 30 metros da entrada principal da unidade. Os
homens começaram a cavar em um galpão onde funciona uma marcenaria. Do
lado de fora, o túnel foi aberto bem ao lado da muralha. A guarita mais
próxima fica a menos de 50 metros do buraco. No momento da fuga, não
havia policial militar ou agente penitenciário no local. Outros quatro
dos nove pontos de vigilância estavam descobertos.
Assim como todas as outras unidades do sistema prisional, a Barreto
Campelo está superlotada. Construída para abrigar 1.140 homens, mantém
encarcerados hoje 1.912. O número corresponde a 68% a mais do que a
capacidade. Para a penitenciária, só são enviados os já condenados pela
Justiça. Na manhã de ontem, a Seres havia identificado seis dos sete
fugitivos. Eles cumpriam pena por homicídio e latrocínio, roubo seguido
de morte.
A fuga na madrugada de ontem ocorreu menos de dois anos depois do
último registro de evasão na Barreto Campelo. Em março de 2013, oito
detentos escaparam por um buraco na muralha e sob uma das nove guaritas
de segurança. À época, o Sindicato dos Agentes e Servidores no Sistema
Penitenciário do Estado de Pernambuco (Sindasp-PE) divulgou um
levantamento apontando que menos da metade dos pontos de policiamento
das unidades prisionais funcionava ativamente. Nas 18 unidades que
constavam no relatório, entre elas a Barreto Campelo, apenas 60 das 132
guaritas tinham guardas. O número representava 45% do total. A situação
permanece igual.
Fonte: JConline/Foto: Reprodução Internet
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