Cartas podem ser entregues na unidade hospitalar ou enviada pelos Correios
Roupas, alimentos, brinquedos. Nesta época do ano, são muitas as
ações pedindo donativos em todo o Estado. Mas há quem precise de algo
que não vai custar nenhum valor em dinheiro e que serão caras para quem
as receber: palavras. Palavras de esperança e de fé em dias melhores.
Foi justamente pensando nessas pessoas que o Hospital Mestre Vitalino,
em Caruaru, no Agreste, lançou a campanha Doe Palavras. A ideia é
convocar a população a enviar cartas para os pacientes que vão passar as
festas de fim de ano internados nas enfermarias e na UTI da unidade
hospitalar.
As cartas podem ser nominais ou não. Elas serão lidas para os pacientes por familiares ou funcionários do hospital durante os horários de visitas. “Temos 45 pacientes em estado terminal ou muito grave. São pessoas que estão extremamente fragilizadas fisicamente e emocionalmente. Essa campanha é para suavizar os desconfortos desses momentos difíceis”, explicou o diretor geral do Hospital Mestre Vitalino, Moisés Wanderley.
A urna coberta de papel azul está pronta para receber as
correspondências. Foi colocada ao lado da árvore de Natal montada pelos
funcionários próxima à entrada principal da unidade hospitalar. E já foi
inaugurada. “Tenho uma sobrinha e 5 anos internada aqui já há algum
tempo. Acho que ela não vai receber alta antes do Natal. Deixei uma
mensagem para ela, desejando saúde e força. Acho que vou fazer para
outros pacientes, pois todos precisam e não custa nada”, disse Cristina
Alzira da Silva, que trabalha como doméstica em São Joaquim do Monte,
município do Agreste.
Quem não mora em Caruaru poderá enviar a carta para o hospital. A
correspondência deve ser endereçada à Campanha Doe Palavras. O ideal é
de que as cartas tenham mensagens que possam ser lidas para qualquer um
dos pacientes. Ou seja, que não tenham o nome dos destinatários. “É
forma de fazer com que todos recebam uma mensagem de esperança, de fé”,
destacou Moisés Wanderley.
Familiares - A campanha alivia não apenas as dores dos
pacientes, mas também a aflição dos familiares que os acompanham dia e
noite. Pessoas como a comerciante Maria Leomar da Silva, 50 anos, que
deixou o emprego e os netos para cuidar de um primo com câncer nos
ossos. “Fico feliz de estar aqui, em poder ajudar. Em outros momentos de
dificuldade na minha vida recebi a ajuda das pessoas. É uma satisfação
retribuir a bondade que um dia me deram. Essas cartas simbolizam isso.
As pessoas poderão passar bondade por meio das palavras”, disse a
comerciante.
Fonte: FolhaPE/Foto: Reprodução Internet
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