Proposta é democratizar o espaço por onde passam as atrações no Recife já em 2015
Um Carnaval com menos amarotes privados e mais participação popular
nas ruas do Recife. Essa é a proposta o grupo formado por artistas,
líderes de blocos e políticos que buscam por mudanças na organização das
festas de Momo, já em 2015. O assunto foi debatido na última
terça-feira (16) na Câmara Municipal, que tratou, entre outros pontos,
do efeito batizado de “Camarotização”, em referência ao aluguel de
espaços que deveriam ser públicos para realização de eventos estritos.
“Hoje esses espaços, comandados por grandes empresas, passaram a ocupar m lugar que naturalmente pertence ao folião de rua. A população, que não pode pagar por valores exorbitantes, acaba esmagada, sem condições de brincar de forma saudável”, criticou o vereador Raul Jungmann (PPS), que convocou a audiência pública.
Segundo ele, na próxima terça (23), o debate será retomado, visando à
construção de uma comissão permanente para tratar dos assuntos
relacionados ao Carnaval, durante todo o ano. Vemos exemplos claros
dessa camarotização quando olhamos para a praça Sergio Loreto, no bairro
de São José. É preciso impedir que o Carnaval perca a sua vertente
igualitária, passando a ser baseado nas elites”, complementou o
parlamentar, em relação ao trecho capitaneado pelo Galo da Madrugada.
Para o sociólogo e professor da Universidade Católica de Pernambuco,
Nadilson Silva, que estuda a privatização do Carnaval, a situação
vivenciada não é nova. “O que prevalece é a tentativa de enquadrar a
festa em um esquema que tem os camarotes como a principal fonte de
patrocínio, vindos de grandes empresas ou por verbas públicas”, destacou
o especialista.
Ele lembrou a programação fechada que será realizada no estacionamento
do novo Cais do Porto, uma área pública instalada no Bairro do Recife,
na região central da Cidade. O espaço havia sido projetado para ser uma
praça com área verde, mas acabou se tornando um estacionamento para os
frequentadores do polo gastronômico e de lazer recém-inaugurados.
Decisões - O presidente da Fundação de Cultura da
Cidade do Recife, Diego Rocha, participou da audiência pública. “O
problema é antigo e depende de decisões que envolvem diversos órgãos.
Nossos esforços tem se concentrado para a realização de um Carnaval
sempre voltado ao nosso povo, com a valorização das nossas tradições”,
afirmou. Costa adiantou que, para isso, a gestão municipal segue uma
análise criteriosa para a liberação ou não desses espaços. “Nos baseamos
no que prevê a lei e no anseio dos cidadãos” garantiu.
Procurada pela Folha, a direção do Galo da Madrugada
informou que a agremiação deve aguardar as resoluções impostas pela
Prefeitura para só então se posicionar sobre a instalação de camarotes
na praça Sérgio Loreto. Já a assessoria do Porto do Recife informou que o
espaço em questão é de natureza privada já que foi arrendado, ainda em
2011, por um período de 25 anos. Segundo o órgão, todo o projeto foi
aprovado pelos órgãos competentes, não havendo irregularidades na sua
utilização.
Nenhum comentário:
Postar um comentário